quarta-feira, outubro 9

declaração

Postado por Ariana Fernandes às 23:36 0 comentários
O medo tem alguma utilidade, mas a covardia não.
 Mahatma Gandhi


Não é quem ele é, mas quem ele representa.
Foi por ele que eu desci ao inferno
Foi por ele que eu descobri que faz frio no fundo do poço.
Foi por ele, e só por ele, que eu bebi, e fumei, e chorei, e gritei.
Mas foi a ele, e só a ele, que eu amei!

O homem de lata ganhou um coração
e descobriu seus humanos sentimentos.
O homem de lata ta feliz,
e na fotografia, me sorri
pleno (?)
O homem de lata não existe mais.
E eu não sei mais qual é o personagem
Embora eu conheça o homem
e os olhos.
Eu não quero mais ser aquela
personagem, pessoa menina.
Mas eu já não sou.

Quero desbravar cervejas
e rasgar sorrisos
e colher conversas gostosas
Mas eu tenho medo.
Eu tenho medo...
"Agora. Mas tem que ser agora!"
Tornei a ouvir
e tremi, como se fosse ontem.
E eu não fui.
E eu sou agora personagem,
o personagem que não foi.
E ficou, parado, vendo as letrinhas subirem.
E o livro ser fechado.

E eu tenho medo.

Medo...

segunda-feira, setembro 23

[e]ternamente cultivado

Postado por Ariana Fernandes às 01:09 0 comentários
O coração é terra que ninguém vê. E dói.
Dói se sentir tão pequena,
quando sei que existem inúmeros mundos dentro de mim.
Invisível.
Quando eu era pequena e me sentia triste gostava brincar de ser invisível.
E me trancava no guarda-roupa.

E aí agora eu era a princesa do reino das águas-claras.
E aí agora eu era uma guerreira medieval.
E aí agora eu era uma super-heroína, com capa e tudo.

Agora o guarda-roupa encolheu.
Não cabe nem minhas roupas, imagine os meus sonhos...

Um dia me perguntaram por que eu me calo, e eu disse:
não, é só um grito.
Um anjo me falou que você se acostuma e vai vivendo.
É só?

A maneira como suportamos o vazio é o que determina se merecemos que ele se encha...

Nerdice Metalinguística

Postado por Ariana Fernandes às 01:07 0 comentários
Há uma linha tênue entre ilusão e realidade.
Homens podem sim voar
só não digam que isso parte de uma mente doentia.
Em clínicas há jardins.
Pássaros.
Borboletas.
O céu de Ícaro tem mais poesia que o de Galileu.
Ícaro, maluco, espera por mim.
Escrevo nos ares
com a tinta invisível dos sonhos.
Poderia escrever no teu corpo
aí dava pra apagar com a língua.
E eu faço questão de errar.
Tenho uma dupla personalidade
entre a ruiva boazinha e a Fênix.
Dupla personalidade = Esquizofrenia
Seria melhor se a gente pudesse viver o gibi...
Wolverine que era macho, man.

domingo, setembro 15

Foice

Postado por Ariana Fernandes às 21:58 0 comentários
Meu corpo tá te expurgando
Vômito
Febre
Suor
Você está saindo de mim
Por cada poro
onde antes havia plantado uma flor.
Meu coração sangra
E você, e rímel
escorrem por meu rosto.
Eu queria saber cruzar o seu deserto frio e lógico
Mas meu estômago ronca
E eu tô com fome de horizonte.
Eu odeio. E amo.
E odeio todas essas confusões bem resolvidas.
A solidão não é o mal dos séculos
Disto é a frieza responsável
Os pássaros migram no inverno...
É um outro dia.
É uma outra noite.
E eu choro.
E eu vomito.

quarta-feira, setembro 11

E por falar em saudade...

Postado por Ariana Fernandes às 22:50 1 comentários


Traz teu mar pro interior do meu sertão
Porque eu acho que é
motivo, razão, resposta
Tão eu fora de mim
E no final é só o que importa.
Né?
Ou não?
Quem, além de nós, poderá saber?
Se sou eu que amo teu caos
E o modo pateticamente lindo que você dança
E a pressão que a sua 'saboneteira' faz no meu rosto
quando eu quero me perder no seu abraço,
sem perceber que já me perdi
nos teus olhos
no teu sorriso
na tua voz
broto
maluco
O Meu Bem.
Se sou eu
(e só eu)
que não consigo dormir
imaginando...
E Vinicius não ajuda
Dizendo no meu ouvido o que sentir
Na noite, nos bares
Onde anda você?


sábado, setembro 7

pra você dar o nome

Postado por Ariana Fernandes às 21:18 1 comentários
eu não queria saber.
não queria!
nunca tinha pensando
em teu sorriso
emaranhado em outro sorriso
porque, desde a primeira vez 
que te vi
te quis
e desde então
você leva meu querer 
em teu bolso

sexta-feira, julho 19

bonfim

Postado por Ariana Fernandes às 00:02 0 comentários
Por fim sobraram alguns poucos cigarros sujos, uma vodka escondida no guarda-roupa e algumas palavras aprisionadas. O que tenho de melhor são elas: as palavras. Mas não as uso sempre. Guardo-as dentro de um quarto escuro, com a porta trancada e sem nenhuma janela. As vezes, vou até esse quarto e me tranco lá dentro. Eu e as palavras. Reviro-as, e vejo as que mais me agradam. Elas me dizem boas ilusões. E quase acredito no que elas insistem em sussurrar no meu ouvido. Ali, dentro desse quarto, sou o que quero ser. Sedenta pelo vício de ser tudo, sou rica de poesia. Sou o amor perdido. Sou o verso indeciso. Os cinzeiros cheios e o copo de bebida vazia. Sou a moça que chora na esquina. A mentira contada no pé do ouvido. A voz que grita no telefone. Sou o bandido sedento por roubar amor. Sou o desespero e principalmente o caos. Sou ninguém, e ao mesmo tempo sou todo mundo. Sou inclusive Você. Com seus fantasmas, e sua dor baixinha entre os cobertores na madrugada vazia. Sou o seu trabalho, as suas frases feitas, o ar que você respira e a sua insônia. Você é as cores e eu sou o cinza que te mancha. Ou vice-versa. Sou a sua música preferida, a sua nostalgia. Sou você, e você sou eu. Em frações de segundos você não é nada além de mim e eu sou tudo. Eu sou o mundo. Sou o texto, e sou a mão manchada de tinta esfregando um vocabulário imundo na cara de quem lê. E através desse quarto onde guardo essas palavras, sou nada além de alguém com alguns poucos cigarros sujos, um resto de vodka, algumas palavras aprisionadas e alguns passos pra lugar nenhum. Sou também o fim.


Enfim...