segunda-feira, janeiro 26

Poeminha nerd do dia

Postado por Ariana Fernandes às 21:37 0 comentários
Sabe, não importa se você não souber me explicar
e, finalmente,  me fazer entender
a saga da Fênix Negra.
Não importa que você seja um nerd que entenda 
de todos os quadrinhos

embora nunca tenha ouvido falar em BlueNote.
Não quero saber se você prefere a Dc ou a Marvel.
Apesar de me importar um pouquinho com cada uma dessas coisas.
Se sorriso me importa mais.

Não tô nem aí se você sabe a distância entre Mordor e Isengard.
E não me importo se você sabe a diferença das duas torres.
Eu não quero saber se você vai comer lembas.
Ou o pernil mais suculento.
Não quero nem imaginar se você é Sith ou Jedi.
Muito menos se de repente decidiu se tornar rebelde.
Não quero nem cogitar a possibilidade
de você ter destruido a estrela da morte.
(embora eu espere muito que tenha)

Para mim você é cavaleiro-errante reluzente,
Um guerreiro.
É mago ou telepata,
mutante também... Quem sabe?
Tavez ogro ou mercenário.
De uma coisa eu sei,
o Peter Parker é lindo
e você também!

domingo, janeiro 25

Carolina

Postado por Ariana Fernandes às 11:49 0 comentários


Os meus olhos fundos
guardam tanta dor
a dor de todo esse mundo.

Um passaro azul depressivo
que se encolhe em sua gaiola-coração
por medo de voar.
Ele voava.
E cantava.
E era suficiente para fazer um homem chorar.
Mas eu não choro mais. E você?

Houve uma época que era brisa fresca
e poesia.
Mas de repente
não mais que de repente
Foice.
E fuga.
E sangue.
todapartesangue.

O tempo passa na janela, Carolina.
E é hora de voltar a florir.
Põe teu vestido estampado
cheirando a guardado
e vai pra rua sambar.

domingo, abril 20

Ascendente em Peixes

Postado por Ariana Fernandes às 14:44 0 comentários
Tudo começou com uma caneca caindo ao chão e se partindo em mil pedaços
De repente começou a chover
Não era uma chuva bonita e doce
Dessas em que se corre pelo jardim
Meio correndo, meio voando
E depois
Com cobertor e café
Se encolhe na varanda para assistir o arco-irís
Não.
Não era dessas.
Era daquelas
Com trovões e crianças escondidas embaixo da cama
E eu falei:
"não vai agora.
Não me deixa aqui.
Pela chuva, e os trovões, e as crianças
Não vai."
Mas ele não escutou
E saiu batendo os pés em direção ao sol.

sábado, março 8

carna(va)l

Postado por Ariana Fernandes às 14:11 0 comentários
Se soltar o meu querer
na rodoviária sozinho
sozinho ele encontra o caminho
da tua casa.

Se deixar o meu querer
ele vai fazer morada
se encher de sanduíche e cevada
sob as dobras do lençol.

Tadinho do meu querer!
Alguém avisa que é pra sempre carnaval...

terça-feira, março 4

sentimentos bolha de sabão

Postado por Ariana Fernandes às 21:36 1 comentários
Eu preciso de um abraço-abrigo
Eu preciso do teu abraço abrigo
Eu preciso passar o dedo no V do teu cabelo
e observar o caos se acalmar.
Sê inteiro
E me deixa beijar o teu inteiro
Falemos de amores
e paixões
e porquês
E assistamos ao espetáculo de dois arco-iris

quarta-feira, janeiro 15

desaba(fo)

Postado por Ariana Fernandes às 20:56 0 comentários
Diante de mim, mulher, não sou.
Não quero ser.
És pai da menina que fui
do sono que nunca velaste
e das lágrimas que nunca enxugastes.

És pai da dor da menina que fui.

Ah, como queria ser de novo menina em teus braços esporádicos
e me abandonar admirando tuas mãos.

Uma gaita
Uma bicicleta
Um cachorro
Um sorriso
preso em uma fotografia
no rosto de uma bailarina
que abraçava o pai.

Ninguém te ensinou os caminhos, bem sei
mas não podemos passar a vida
nos escondendo da dor.
Nem deixar um rastro de dor
por todos os nossos caminhos
Pois os fantasmas do passado
ah, meu bem, esses nunca nos abandona.

A entrega é necessária
E é essa a beleza dos encontros.
E eu tô cansada de pisar em ovos.

Obrigada, pai!
Por tudo que não me destes.

quarta-feira, janeiro 1

a esperança equilibrista

Postado por Ariana Fernandes às 20:05 2 comentários


Eu comprei flores e acendi incensos
Eu pus música
E assisti o vento convidar minhas cortinas para dançar
o Bolero de Ravel
E eu sai a dançar também
Com o sol e as estrelas
Com a lua
Mas não consegui alcançar a leveza.

Por mais que eu me estique
Por mais que eu corra
Por mais que eu chore
Ela se afasta de mim
E o que sobra é um nó[s]
bem no meio do sossego.

Eu vivo nesse lugar de coisas incríveis
que não acontecem. 
Enquanto isso, as coisas como são
acontecem sem mim.

Porque ele é esse compilado de complexos paradoxos
E tem o coração do tamanho dos meus sonhos
Com praia, cerca branca e jardins.

Mas por mais que eu me estique
Por mais que eu corra
Por mais que eu chore
Não consigo tocar.

E as flores, e os incensos
E o vento, e as cortinas
Nada disso tem sentido
Se não tem ele.